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A ti, "homem"

por MPS, em 20.07.16

A ti, "homem",

A culpa não é (só) tua, mas de quem (não) te ensinou.

É da educação que incita à falta de respeito. Começa no pai que assobia à rapariga de mini-saia enquanto o filho o observa e aprende, nas séries de televisão em que o homem dá uma palmada no rabo da amante “sem más intenções”, nas publicidades que objetificam as mulheres para a construção de um clima “sensual”, nos colegas da escola que espreitam as meninas no balneário, “inocentemente”, porque é tradição.

 

Aqui há uns dias tive de percorrer, a pé, uma estrada extensa na área do Grande Porto. É uma estrada muito movimentada e ladeada de polos industriais. Passaram por mim carros e camiões que buzinaram, abriram a janela e gritaram piropos mais ou menos perversos. Na brincadeira, claro, como tu às vezes fazes.

Quando estava prestes a chegar ao meu destino um senhor com idade para ser meu avô abordou-me. Começou por dizer que eu era “mesmo boa” e me “comia toda”, e depois sugeriu que eu lhe fizesse “um bico”. A minha mente tem tendência a divagar mais do que eu gostaria, e, imediatamente, imaginei que o agredia. Eu sei que a violência nunca é a solução, mas, na minha cabeça, eu apliquei-lhe uma joelhada certeira entre as pernas. Ele era fraquinho, cambaleou, caiu e bateu com a cabeça no passeio. Foi internado no hospital e aprendeu a lição, nunca mais voltou a importunar mulheres até ao fim da vida.

Não fiz nada do que imaginei, e ele continuou a gritar. Acelerei o passo até à estação de comboios, sem olhar para trás, a desejar que aquilo acabasse rapidamente. Senti-me tão desconfortável (outra vez), tão vulnerável e, acima de tudo, com tanta raiva.

Sabes, não é uma situação pouco usual; o que não a torna aceitável. É sempre assim, e tenho vergonha de morar num país em que não posso andar na rua à vontade, sobretudo no verão, com os vestidos curtos de que tanto gosto e os calções que tornam suportáveis as temperaturas mais elevadas, por existirem pessoas como tu. Não é lisonjeiro, não é reconfortante para a nossa auto-estima, como tu pensas. Seja qual for o contexto, este comportamento é injustificável.

 

Já vivi situações bastante piores com homens sexualmente perturbados. Em 24 anos de vida já presenciei 3 – TRÊS! – homens a masturbarem-se no meio da rua, que me chamaram para que eu os visse. Deparei-me com o primeiro quando tinha cerca de 14 anos: ele estava dentro de uma carrinha e chamou-me a mim e às minhas colegas. Nós julgámos que ele estava perdido; mas ele perguntou-nos se queríamos um chupa-chupa e continuou a masturbar-se. O segundo também o fez dentro de um carro, em plena luz do dia, e o terceiro estava a andar ao pé de minha casa, à noite.

A maior parte das minhas amigas e colegas já presenciou cenas de exibição sexual pública e todas, sem exceção, já ouviram propostas indecentes de desconhecidos.

 

Eu sei que as situações de exposição são mais graves que os “piropos” que ouço regularmente, mas, mesmo assim, que cultura é esta que os banaliza?

Desde agosto do ano passado que as propostas de teor sexual são consideradas delito em Portugal e podem dar até 3 anos de prisão (caso sejam dirigidas a menores de 14 anos). Mas, na prática, o que é que eu te faço? Vou à esquadra, denuncio o sucedido? E se não há testemunhas, como é que conferem a veracidade das minhas palavras? E até que ponto um “faz-me um bico” será levado a sério como acusação?

 

Tu, claro, és o extremo mais grave e doentio. Mas não me admira que, em criança, tenhas presenciado maus tratos a mulheres, tenhas, mais tarde, tu próprio feito propostas de caráter sexual às meninas que passavam na rua, até chegares ao ponto de violar porque um “não” te soa a “sim”. A sociedade educou-te para seres "homem" e este grande final foi apenas a consequência dessa tua educação.

publicado às 19:38

Os nossos Demónios

por MPS, em 08.09.15

Eu nunca tinha visto ninguém a injetar-se. Se me tivessem perguntado dois ou três dias antes, provavelmente ter-me-ia fingido a maior entendida nesse assunto. Já tinha experimentado umas quantas drogas, mas leves – nada que se comparasse minimamente às injetáveis. Porém, teria mentido para parecer mais experiente do que sou; teria respondido que sim, que já tinha conhecido imensa gente que o faz, que não me metia medo.

 

A verdade é que fiquei em estado de choque, com vontade de fugir. Curiosamente, os meus pés não me obedeceram, e mantive-me imóvel, especada a olhar. Acho que a embalagem de comida não me escorregou das mãos por um triz.

- Desculpe, menina. Desculpe. – invadiu-me uma raiva surda porque ele estava a pedir desculpa, mas não parava… porque é que isso continua no teu braço? Respirei fundo.

- Eu… eh…  - as palavras estavam tão presas na garganta como os pés no chão. – Eu… não tem mal. Quer uma refeição quentinha?

Não me lembro se estava frio. Conhecia bem aquela rua, ao pé da Casa da Música, no Porto. Fazia o mesmo percurso desde que era voluntária. Mas aquilo, aquilo nunca tinha visto.

- Obrigada menina. E, mais uma vez, desculpe.  Deixe aqui ao pé de mim, que eu já como.

Pousei a refeição e preparava-me para correr, quando ele perguntou:

- Queres falar?

- Hum… Não tenho muito tempo.

- Senta-te aqui um bocadinho. Quero falar-te dos meus demónios.

 

A voz do rapaz (ou seria um homem?) arrastava-se. Não me sentei, mas fiquei a ouvir. Não me lembro das palavras exatas, mas disse qualquer coisa do género:

- A puta da minha ex trocou-me por um cabrão qualquer. – fez uma pausa (aquela porcaria continuava injetada, e eu sem conseguir pedir que ele a tirasse. Que situação ridícula: “olhe, desculpe, não quer retirar essa seringa do braço, por favor?”) - Não fui o melhor namorado do mundo. Eu tinha ciúmes e enchia-a de porrada. Mas era porque gostava dela, e ela era minha. Porque sabia que os outros gajos reparavam nela – e ela deixava. Depois fartou-se, a puta. Nunca mais a vi. Mas eu todos os dias vejo a cara dela. Lembro-me bem. São os demónios que encontro antes de dormir.

 

Não fui nem um bocadinho altruísta. Só me queria ir embora. Queria tanto correr para o Burguer King, enfardar nuggets com molho de queijo, e deixar o homem ali sozinho.

- E os teus demónios, princesa?

Abri bem os olhos e fiquei a pensar na palavra. “Demónios”. Os meus demónios? Só me lembrava de um. Deixei de pensar nos nuggets.

- Tive um. No meu primeiro ano de faculdade. Mas agora acho que já superei. Quando penso nele parece que estou a ver um filme e que se passou com outra pessoa e não comigo, e não dói.  – o que eu disse ao rapaz (ao homem?) era tão verdade que me surpreendeu.

 

- Achas que nunca vais estar aqui, não é?

Não respondi. E fiz aquilo que nunca se deve fazer; julguei e opinei:

- Devias largar isso. Deixa-me ajuda-te. Eu vou pedir ajuda a alguém e vamos levar-te ao hospital.

Nessa noite sonhei com o meu demónio e acordei de madrugada a transpirar. Percebi que a única diferença entre o impacto dos nossos demónios é a qualidade do berço onde nascemos e a família que nos acolhe. O que é que me teria acontecido quando conheci o meu demónio se não viesse de uma família rica e que me ama? Seria assim tão forte, sozinha? Ou seria eu ali deitada?

 

Não o ajudei.

 

Nunca mais o vi, ao rapaz da rua Júlio Dinis.

publicado às 21:46

As Noites da Queima

por MPS, em 01.05.15

Se és universitária e estudas no Porto, o queimódromo será a tua segunda casa na primeira semana de maio. Por muito cansativo e repetitivo que te possa parecer, não fiques em casa. Vai todos os dias. Todos.

Porque a Queima das Fitas é a melhor semana da tua vida de estudante.

 

Sapatilhas velhas e camisola de curso são o dress code adequado. Não te iludas. Não adianta maquiares-te, pois, em pouco tempo, sentirás o rímel a escorrer-te pela cara. Leva na carteira lenços de papel, porque ao início da noite as casas de banho já estão imundas.

Não entres no queimódromo sóbria, para não te desiludires. Encontra-te com os teus amigos da faculdade à hora de jantar, partilhem histórias, finos e experiências. Apanhem o autocarro na Trindade, que é de borla - e a probabilidade de morreres asfixiada no meio da multidão é menor do que parece. O máximo que te pode acontecer é viajares meia hora com o rabo de alguém mais alto encostado à tua cara, por entre gritos e canções académicas.

 

E se estiveres cansada, vai.

E se estiveres com sono, vai.

E se estiveres de ressaca, vai na mesma.

 

E, acredita, não vai ser perfeito. Nem de longe, nem de perto.

Vais chorar. Pelo menos numa das oito noites, vais chorar. Mas, calma. Provavelmente no dia seguinte não te vais lembrar do motivo.

E se vires um concerto, é porque a banda é mesmo, mesmo boa. Ou então enganaste-te nas horas de chegada.

 

Haverá momentos em que vais estar sozinha a vaguear por entre as barraquinhas. Outros em que estarás rodeada de gente a pagar-te shots a preço de custo. E pelo menos uma noite em que vais maldizer a tua sorte porque vais acompanhar a tua amiga ao posto médico (ou “a tua amiga” és tu).

 

E se pensas que vais enviar mensagens a amigos para se encontrarem contigo em algum ponto do queimódromo, desengana-te. O teu telemóvel não vai ter rede. Quem se cruzar no teu caminho será por acaso, e não premeditado – e é muito melhor assim.

E é certo e sabido que no último fim-de-semana vai chover.

 

Há-de chegar uma altura em que a Queima deixará de fazer parte da tua vida e tu e os teus amigos vão trabalhar todos os dias das 9 às 6.

Nessa altura, vais sorrir sozinha só por te lembrares daquelas oito noite parvas e sem conteúdo, onde não se aprende nada.

Mas os amigos de faculdade ficam para a vida.

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publicado às 23:02

O Porto é um T0

por MPS, em 16.11.14

Se o mundo é um T1, o Porto é um T0.

É uma Grande cidade demasiado pequena e, por isso, encontramo-nos todos na mesma divisão. Encontramos quem queremos, e quem não queremos, nos sítios do costume.

Viver nesta cidade-aldeia é uma faca de dois gumes. Se, por um lado, esta sensação de proximidade nos faz sentir bem, por outro pode tornar-se e extremamente irritante.

Sobretudo à noite.

 

Aos 20 e poucos anos queremos aproveitar o fim de semana para sair à noite. Descemos até à baixa e, embora queiramos variar, não variamos assim tanto. Experimentamos novos bares (há sempre novos bares a abrir no Porto), mas andamos sempre por aquela zona: Cedofeita, Galerias, Passos Manuel e por aí adiante. Faz-se tudo a pé.

Damos de caras com amigos que já não víamos há algum tempo – e isso conforta-nos. Pomos as conversas em dia e ficamos horas a beber e a trocar ideias. Mesmo quando não tínhamos reservado nada de especial para essa noite, na baixa nunca estamos sozinhos. Há sempre um grupo onde nos podemos integrar.

As mensagens de telemóvel são uma boa ajuda: quando procuramos alguém, temos uma grande probabilidade de essa pessoa estar por perto; mas mesmo quando não estamos à procura, tropeçamos em amigos pelo caminho.

 

Quando não queremos encontrar alguém em específico, aí é que o Porto nos começa a irritar.

Não é que sejamos más pessoas, anti sociais, ou que gostemos de evitar os outros. Simplesmente, hoje não nos apetece.

É já um clássico aquele sorriso amarelo que oferecemos à pessoa que encontramos na rua e que mete conversa connosco, essa conversa vazia onde um “tudo bem” não é uma pergunta, é um cumprimento.

Ou o ex namorado que exibe a nova namorada mesmo à nossa frente; ou o ex namorado que nos olha com olhinhos de gato das botas porque estamos a ser felizes com alguém, mesmo à frente dele.

Ou quando bebemos um bocadinho demais, porque, porra, é sábado, e trabalhámos a semana inteira, e a língua está solta. Os nossos filtros mentais, que usamos no dia-a-dia para conversarmos delicadamente com o nosso chefe, precisam de descanso e de nos deixar em paz pelo menos nessa noite; queremos ser wild and young and free mas, por favor, sem que a pessoa errada esteja no local errado, à hora errada, a observar-nos.

 

Não me estou a queixar. Encontrar pessoas aleatoriamente na noite do Porto faz-me, muitas vezes, muito feliz! Não quero que ela mude!

 

Mas, enfim, às vezes apetece-me que o Porto seja, pelo menos, um T2.

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publicado às 20:24

A Primeira Vez da Helô

por MPS, em 29.06.14

- Doeu?

Eu tinha 21 anos e nunca o tinha feito, por isso é natural que estivesse curiosa.

 

- Doeu ou não?

 

Conheci a Heloísa o ano passado, no mês de junho. Não eramos grandes amigas, confesso, mas eu estava ansiosa por ouvir a sua história. A Helô é brasileira e estava a estudar em Portugal. Dizem que, no Brasil, era uma rapariga muito atinadinha: pouco frequentadora de festas, fiel ao namorado, álcool só em casamentos e batizados. Drogas, nem vê-las, nem leves nem pesadas, nem coisas nenhuma.

 

Mas depois tinha chegado a Portugal e pronto, isto do Erasmus desgraça uma pessoa. Mas lá está, o Mau caminho sabe Bem e, portanto, a Helô estava a aproveitar ao máximo a fuga à rotina. Eu sei, por experiência própria, que os estudantes Erasmus o fazem: fazem o que, em casa, nunca fariam. Tentam. Experimentam. Arriscam. “Perdem a cabeça” e, por vezes, a dignidade.

 

E é por isso que ela tinha vivido aqui, no Porto, a sua primeira vez.

Já tinha publicado no facebook que o tinha feito, já toda a gente sabia, e contou-me:

- Doeu, sim. Doeu e a minha t-shirt rasgou. E trinquei o lábio com força. Sabes, foi do impacto.

 

Permitam-me que vos explique: é tradição, no Porto, os turistas pagarem aos meninos da Ribeira para mergulharem da Ponte Luíz I (ou D. Luís, como é conhecida) para o rio Douro. Esses miúdos conhecem a forma mais adequada de mergulhar porque o fazem desde sempre, estão mais que habituados e não se magoam.

Os estudantes de Erasmus não estão minimamente preparados para uma aventura deste tipo. Mas muitos acham que não podem sair do Porto sem ter saltado, independentemente da inexperiência e dos riscos que correm. É um fenómeno engraçado, que um dia pode correr muito, muito mal, e que eu tenho acompanhado de perto por conviver bastante com jovens estrangeiros. Eu digo-lhes “é perigoso”; mas eles querem viver a sua primeira vez. Como a Helô.

 

Ela tinha o lábio roxo e inchado mas estava orgulhosa da sua proeza. Eu estava surpreendida. Não imaginei que a t-shirt pudesse rasgar-se só com o embate na água. Deve ter doído muito. Tive medo. Imaginei que ela podia ter morrido, criei todo um drama na minha cabeça. Perguntei-lhe se estava arrependida.

- Eu não! – respondeu-me, aparentemente segura de si.

Sinceramente, duvido. Para a Helô, foi a primeira vez e, provavelmente, a última. Não a imagino a repetir a façanha, sob pena de se magoar a sério.

 

Este ano, por esta altura, a história repete-se e os estudantes Erasmus já estão a planear o próximo salto. Da minha parte, continuo sem ter experimentado, nem está nos meus planos fazê-lo, a curto prazo.

Deixemos isso para os meninos da Ribeira; que eu prefiro-a à segunda à noite sem contacto direto com o rio.

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publicado às 22:26

Sobre a Arrogância dos Portuenses

por MPS, em 27.06.14

Os portuenses têm um orgulho desmedido em si próprios.

 

Acreditam que o Porto é a melhor cidade – não só de Portugal, mas do mundo inteiro! – e que os portuenses são as pessoas mais incríveis da história da humanidade. Têm alguma dificuldade em gostar de Lisboa, e, convenhamos, de tudo o que esteja a sul do rio Douro.

 

As pessoas no Porto têm um sotaque tão acentuado quanto as suas convicções.

E têm uma tendência exagerada para a… não sei bem como dizê-lo parecendo correta. As pessoas no Porto têm uma tendência exagerada para a peixeirada. Para armar a… vocês sabem. E gostam.

 

Mas também gostam de ajudar. Gostam de receber os turistas (e as turistas), e eu já me apercebi, do contacto que tenho tido com estrangeiros, que às vezes isso até pode parecer assustador! Porque veem um jovem com um mapa na mão e pressupõe que tem de o ajudar. É inato, e é imperativo.

 

E falam alto. Não como os italianos, mas falam alto!

E dizem muitos palavrões. No Porto não é assim tão raro ver uma mãe a “ensinar” o filho recorrendo a termos que não constam no dicionário. Só quem não anda de metro é que nunca viu os miúdos a serem disciplinados, ali mesmo, com duas ameaças de pares de estalos acompanhadas de palavras que fazem os alfacinhas corar.

 

O Porto é o Rio Douro e a ponte D.Luiz, são as fontainhas e a ribeira, o Piolho e a Fonte dos Leões; a praia, o surf, e o Estádio do Dragão; a Casa da Música e as caves do vinho do Porto; a Universidade, a praxe e as tunas; a rua de Santa Catarina e a das Galerias e as centenas de bares que abrem e fecham à medida que o Porto vai ganhando ou perdendo popularidade; são os hostels e o D. Henrique; a Avenida dos Aliados e os Clérigos; a Sé, a gastronomia; é Serralves e o Parque da Cidade; é o S.João e a Queima das Fitas.

 

Mas é muito mais do que isso! Para o bem e para o mal. Estudei no Porto e estou habituada a muitas coisas que sei que as pessoas de outras cidades não estão. A percorrer a cidade a pé, por exemplo. Ou a apanhar o autocarro de madrugada. Ou a vestir o traje académico e senti-lo a cheirar mal. Ou… a cumprimentar o pianista. Toda a gente do Porto sabe quem é o pianista. Ou a mulher da sopa. Lendárias, essas personagens.

 

Eu nem sequer moro no Porto mas, se me perguntarem, é no Porto que eu moro. Moro em Gaia. E o Porto, o Porto a sério, é muito mais do que o Porto. É Matosinhos e Gondomar e Maia e Valongo e Ovar e São João da Madeira. É quase Póvoa DE Varzim, agora com o metro.

 

Os portuenses têm um orgulho desmedido em si próprios. São exagerados, egocêntricos.

Admito que podíamos ser um bocadinho – só um bocadinho – menos focados em nós próprios. Mas eu nasci no Porto, estudei no Porto, e, por isso, padeço de todos esses males.

 

Não há cidade como a nossa, na nossa visão arrogante. 

 

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publicado às 13:12


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